
O local onde aconteceu o deslizamento de terra no Morro do Bumba, em Niterói, abrigou, de 1970 a 1986, o segundo lixão de Niterói,no bairro Viçoso Jardim. O primeiro funcionou durante muitos anos no aterrado São Lourenço, no bairro de mesmo nome,hoje totalmente urbanizado. A cor preta do solo que desalizou é resultado da decomposição do lixo. A região não é muito íngrime.
Com o saturamento do lixão,no final do governo de Wellington Moreira Franco, a prefeitura ficou sem opção para dar destino final ao lixo da cidade. A primeira tentativa foi de levar os detritos para o aterro sanitário do Engenho Pequeno, em São Gonçalo, onde a prefeitura niteroiense chegou a investir, na época R$ 600 mil.
A comunidade local, no entanto,reagiu, e, durante dois anos,Niterói levou seu lixo para o aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias.
Com a desativação do lixão no Morro do Bumba, foi proibida a ocupação no local, no governo Waldernir Bragança,mas aos poucos, por falta de fiscalização, foram construídas pequenas casas de alvenaria.
Em vez de reprimir a ocupação irregular do antigo lixão, o poder público acabou por incentivar a invasão. Foi no Morro do Bumba que a Cedae, no governo Leonel Brizola, fez sua primeira grande obra de sanemento em Niterói, levando para o local,de helicóptero,uma), grande caixa d'água para atender os moradores. Logo depois, Brizola (que é nome de rua no local),levou para o Bumba o programa Uma Luz na Escuridão. Mas tarde, a prefitura construiu uma escola municipal e levou para comunidade o Programa Médico de Família. O local ganhou uma grande quadra poliesportiva,uma creche e outros equipamentos públicos.
As grandes favelas de Niterói surgiram e cresceram em áreas públicas. É o caso dos Morros do Estado,do Cavalão, do Preventório e da Favela do Sabão. Na década de 90, o então prefeito João Sampaio desapropriou uma área em frente ao Morro do Bumba para instalar ali o novo aterro sanitário de Niterói. O local, contudo, foi invadido e transformado em uma favela de alvenaria.
Atualmente, o lixo da cidade é depositado Morro do Céu, próximo ao local onde ocorreu o deslizamento. O aterro, no alto de um morro, foi construído sob protesto de ambientalistas e foi alvo de várias ações na Justiça. Antes de ser controlado, o aterro atraiu muitos catadores, que acabaram invadindo áreas próximas para construir suas casas, inclusive no Morro do Bumba.
Completamente urbanizado, o município de Niterói enfrenta, desde a década de 70, quando a população era bem menor, um grande problema: um local apropriado para depositar seu lixo. Com o aterro sanitário do Morro do Céu praticamente saturado, a opção é levar o lixo para o aterro sanitário metropolitano que está sendo construído em Itaboraí para receber o lixo de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. Mas já existem reações de moradores da cidade contra a instalação do aterro no município.